A mágoa
Minha mágoa envelhece devagar
A morte vem mais longe do que parece
e as feridas nunca param de sangrar
nessa profunda noite que arrefece
Um vento triste tenta esvaziar
a dor tranquila que me endoidece
pensando na incerteza de encontrar
um grito que do medo transparece
Quando a solidão áspera fica espuma
se a pequenez do total se apercebe
esvaio-me exangue, em luz pura, em suma
Sei que sobra o que nunca se concebe
sou a sombra fugaz de coisa nenhuma
que do amargor apenas desgosto recebe.
Luís Naves
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